Estepe originalNo ano de 1992, o carro grande da General Motors do Brasil era o veterano Opala.
O desenvolvimento de um sucessor para o Opel Reckord E (Opala) na Alemanha começou no Outono de 1981. Ao custo de 2,5 milhões de marcos alemães, o maior valor já investido pela Opel até aquele momento, o Omega foi apresentado como o Carro V, com uma plataforma atualizada, espaço para cinco ocupantes, com motor longitudinal e tração traseira de suspensão independente.
A criação do seu desenho, chefiado pelo designer Herbert Killmer, levou mais de 1400 horas de estudos em túneis de vento com maquetes em escala e modelos em tamanho real nos estúdios da Opel Design Center, Universidade Técnica de Stuttgart e Pininfarina, na Itália. [2]
O Opel Omega A foi apresentado ao mercado europeu em 1986, onde manteve-se em produção até 1994, ao ser substituído pelo Omega B.
No Brasil, em 1992, diante da concorrência de outros automóveis de luxo importados, como o Toyota Camry ou o Honda Accord, a GM apresentou o Omega. Com projeto identificado como 1700, baseado na Plataforma V já utilizada pela Opel na Alemanha. O novo modelo da marca chegou às ruas 25 meses depois da decisão de sua fabricação.
O Chevrolet Omega foi lançado no Brasil em agosto de 1992, já como modelo 1993, na versão sedan, e, alguns meses depois, como station wagon sob o nome Omega Suprema.
Com 4,74 m de comprimento e 2,73 m entre os eixos, o veículo chegou ao mercado com duas opções de motorização e de acabamento: GLS (Gran Luxo Super) com motor 2.0, e a CD (Comfort Diamond) com o motor 3.0 de seis cilindros em linha importado da Alemanha, fornecido pela Opel.
O motor 2.0 de quatro cilindros e oito válvulas do GLS era o mesmo motor “Família 2” utilizado nas linhas Monza e Kadett. Entretanto, vinha equipado com injeção eletrônica multiponto Bosch Motronic 1.5, de processamento digital e sensor de detonação (na versão a álcool), e sensor de oxigênio no escapamento. Rendendo 116 cv de potência, permitia ao carro alcançar 190 km/h de velocidade máxima e gastar 12,65 segundos para atingir 100 km/h na versão a gasolina, partindo da inércia.
Ainda em 1993, a GM apresentaria o Omega GLS 2.0 a álcool, proporcionando um aumento de potência e performance neste modelo. A nova potência divulgada era de 130 cv e, segundo testes da imprensa, o veículo era capaz de acelerar de 0 ao 100 km/h em 11,11s e atingir 199 km/h de velocidade final. À época este era o motor de 4 cilindros com 8 válvulas mais potente fabricado em série no mundo.
O 3.0L de seis cilindros possuía comando de válvulas no cabeçote, fluxo de admissão e escape do tipo reverso e, tanto o bloco como o cabeçote, eram fundidos em ferro . Desenvolvia 165 cv de potência e levava o modelo de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos. Para este motor era oferecido de série câmbio manual de 5 marchas (o primeiro no Brasil com marcha a ré sincronizada) e, opcionalmente, câmbio automático de quatro marchas 4L30-E, com três programas de funcionamento (normal, “sport” e anti-patinação).
Com estas configurações o carro alcançava 222 km/h (212 km/h com câmbio automático) em testes da imprensa na época. Um dos poucos carros nacionais capazes de ultrapassarem a barreira dos 200 km/h.
O Omega, em seu interior, era destacado por amplo espaço para os passageiros. Os cinco ocupantes podiam ser bem acomodados nos bancos (com revestimento de couro disponível opcionalmente a partir de 1995), além de detalhes como computador de bordo, painel de instrumentos digital em cristal líquido, ar-condicionado e teto-solar elétrico, controle automático de velocidade, vidros elétricos com função um-toque integral, retrovisores elétricos com desembaçador, alarme com sensor ultrassom, bancos com regulagens lombares e volante com regulagem de altura. O Omega também oferecia um sistema de áudio jamais visto em outros modelos, onde havia dois aparelhos separados, um toca-CD e um toca-fitas cassete, devidamente dotados de amplificador de potência.
Soluções atualizadas para a aerodinâmica e design estavam presentes em detalhes como a frente em cunha, palhetas do limpador dos vidros escondidas sob o capô, janelas laterais rentes à carroceria, e que correm pelo lado de fora das canaletas, maçanetas totalmente embutidas e caimento suave da traseira. Tudo isso fez o carro ter um coeficiente aerodinâmico (Cx) de apenas 0,30 (0,28 na Europa).
Uma nova suspensão independente de braços semi-arrastados foi desenvolvida para a plataforma do Omega, ao contrário das suspensões de eixo rígido comuns à maioria dos modelos dessa configuração, inclusive do Opala. Na dianteira, suspensão McPherson, com amortecedores à gás nas versões de seis cilindros. Graças à tração ser nas rodas traseiras, havia a vantagem de se permitir maior capacidade de esterçamento das rodas dianteiras, facilitando consideravelmente as manobras em espaços pequenos.
O Omega também foi um dos primeiros carros nacionais a oferecer freios ABS, tanto nas versões 4 e 6 cilindros.
Para o segundo semestre de 1994, foi lançada uma série limitada do Omega batizada de Diamond, tinha acabamento da versão GLS mas era equipada com o motor 3.0 L. Surgiu também a versão GL, uma versão mais despojada, que trazia um acabamento mais simples, sempre dotada de motor a álcool, dedicada aos frotistas e taxistas. Neste mesmo ano o Omega sofreu uma reestilização completa na Europa.
A partir do ano-modelo 1995, a linha recebeu novos motores 2.2L de quatro cilindros e 4.1L de seis cilindros em linha, em substituição aos motores 2.0L e 3.0L, respectivamente.
O motor 4.1i, em sua essência, era o mesmo do Opala, mas com aperfeiçoamentos tecnológicos que aumentaram o seu rendimento, com maior suavidade e menor consumo em comparação ao motor que equipou o Opala Diplomata SE 4.1. Revisado pelos engenheiros da Lotus, as suas peças móveis tiveram o peso reduzido, o cabeçote recebeu dutos de admissão e escape individuais e a moderna injeção eletrônica sequencial Bosch Motronic 2.8.1 foi adotada. Com isso o novo propulsor passou a desenvolver 168 cv de potência e o torque ficou em 29,1 kgfm a 3.500 rpm. Foi utilizado nas duas versões de acabamento, CD e GLS.
A substituição do motor de 4 cilindros foi motivada pela falta de força em baixas rotações do motor 2.0 diante dos seus 1.350 kg, relatada pelos clientes. O motor teve sua cilindrada aumentada com o aumento do curso dos pistões. O torque, que era de 17,3 kgfm, subiu para 20,1 kgfm a 2.800 RPM. A potência continuava inalterada.
Já o motor 4.1i foi a alternativa ao encerramento da produção do motor 3.0 pela Opel na Alemanha. Por lá a nova geração Omega B passou a utilizar um moderno motor batizado ECOTEC MV6, um 3.0L com 24 válvulas de 210 cv e 27,4 kgfm de torque.
Também para o ano de 1995 o acabamento na versão CD foi melhorado em alguns detalhes: apliques que imitavam a madeira nas portas e no console do câmbio, bancos de couro opcionais, novas rodas com design mais atualizado, lanternas traseiras fumê e um discreto aerofólio na tampa do porta-malas, e retrovisor interno fotocrômico.
Para o ano de 1998, último ano de fabricação do Omega no Brasil, a Chevrolet preparou o que podia ser considerada uma série especial de despedida, com alguns itens exclusivos: Rodas com desenho esportivo, novos logotipos e emblemas, painel com tipografia diferenciada e iluminação em tom verde, tecla para travamento central das portas, sistema de proteção de sobrecarga elétrica e alguns pequenos ajustes no motor para reduzir o consumo.